"O Mundo não é um DESKTOP"
Uma análise do artigo "The World is not a Desktop" de Mark Weiser.
Resumo da leitura:
O artigo "The World is not a Desktop" de Mark Weiser, descreve como Mark acha que as ferramentas deveriam ser conceituadas/ feitas. De acordo com ele, uma ferramenta deveria ser invisível, mas não necessariamente no sentido literal, mas sim, no sentido de que deveríamos, ao usar a ferramenta, focar na tarefa que queremos completar, e não na ferramenta em si. Nesse caso, ele exemplificou algumas ferramentas que ele achava boas: o óculos e a bengala.
" A good tool is an invisible tool. By invisible, I mean that the tool does not intrude on your consciousness; you focus on the task, not the tool. Eyeglasses are a good tool - you look at the world, not the eyeglasses. The blind man tapping the cane feels the street, not the cane. "
No final, após alguma discussão sobre como as ferramentas atuais não são ideias por nos forçarem a focar especificamente nelas, e ignorar o mundo ao redor, Mark conclui o seguinte:
" Invisible technology needs a metaphor that reminds us of the value of invisibility, but does not make it visible. I propose childhood: playful, a building of foundations, constant learning, a bit mysterious and quickly forgotten by adults. Our computers should be like our childhood: an invisible foundation that is quickly forgotten but always with us, and effortlessly used throughout our lives. "
Análises pós leitura:
Quando penso nas ferramentas que fazem parte do meu cotidiano, imediatamente lembro do meu computador. Ele, mais que qualquer outro objeto, é a ferramenta mais importante no meu dia-a-dia. Entretanto, assim como Mark descreveu, ela nos faz focar mais na própria ferramenta, que na tarefa em si. Além disso, o computador também acaba nos afastando do mundo real, e nos levando a um mundo próprio.
Atualmente, esse "mundo próprio" vem se tornado um problema cada vez maior. O computador nos oferece diversas possibilidades, e para muitas pessoas, essas possibilidades são muito mais interessantes e atrativas que as oferecidas no mundo real. Com a pandemia então, o número de pessoas que entraram no mundo próprio do computador cresceu absurdamente. Mas esse não é o principal problema.
Principal problema:
O uso excessivo.
" Qualquer uso excessivo de qualquer coisa pode ser prejudicial, se não soubermos equilibrar com outras áreas da vida. Podemos usar o computador como ferramenta de trabalho ou de estudo ou ainda como meio de diversão ou como forma de nos comunicarmos com nossos amigos e contatos pessoais ou profissionais. O problema não está nesses usos que podemos ter do computador, mas sim quando eles se tornam a única coisa que fazemos na nossa vida. " - TecMundo
Claro, é óbvio que esse problema não é culpa do computador, mas sim das pessoas que usam ele. Entretanto, isso não torna a ferramenta menos problemática. Antes de ler o artigo de Weiser, eu não considerava o computador algo problemático, mas sim, a incapacidade das pessoas, inclusive a minha, de utilizá-lo de forma saudável. Por outro lado, depois da leitura, conclui que isso não necessariamente é verdade.
Desde a revolução industrial até agora, as ferramentas vem se adaptando ao ser humano para facilitar o seu uso e diminuir as chances de acidentes ou lesões. Estudos de ergonomia e design foram essenciais para a criação de diversos objetos e comodidades os quais desfrutamos no nosso dia-a-dia.
Então, com isso em mente, depois de ler o texto de Weiser, surgiram as seguintes dúvidas: por que nós, usuários, deveríamos ser os únicos a nos preocupar quando utilizamos uma ferramenta? Por que cabe a nós regular a forma que ela deve ser utilizada? Se o uso excessivo dessa ferramenta é prejudicial, por que não projetá-la de forma que não seja? O errado é quem usa, ou a ferramenta em si?
Por fim, acredito que Weiser trouxe uma forma interessante de projetar uma ferramenta. Tornar o computador "invisível", poderia na verdade, ser a mudança e a forma de prototipação adequada para mais uma vez, adequar a ferramenta ao ser humano, e não o oposto.
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